Efésios

                    

Autoria

Os eruditos antigos já atribuíam ao apóstolo Paulo a autoria dessa carta à Igreja em Éfeso. Devido ao seu caráter eminentemente circular, alguns teólogos modernos chegaram a cogitar que a falta das tradicionais saudações e outros detalhes quanto ao estilo e conteúdo pudessem ser fatos questionadores da autoria paulina. Entretanto, o próprio Paulo se identifica claramente como o autor dessa epístola universal (1.1-15; 3.1-13; 4.1; 6.19-23).

Propósitos

É possível que o fato de esta carta de Paulo não ter por foco nenhum erro, pecado ou heresia específica, o que era um traço comum nas missivas do apóstolo, tenha levado alguns estudiosos a suspeitar da autoria paulina. A primeira parte deste tratado teológico apresenta a forte e complexa base doutrinária cristã, enquanto que, na segunda parte, Paulo escreve como pastor que se preocupa em encorajar seus filhos na fé. Entretanto, essa linha divisória não é tão simétrica e de fácil contorno. O discurso doutrinário é exercido mediante uma situação prática, e as exortações são iluminadas por diamantes da verdade. Paulo escreveu para ampliar os horizontes espirituais dos seus leitores de todas as épocas e culturas,para compreender um pouco melhor as dimensões do plano eterno de Deus Pai e da sua Graça. A profunda e abrangente iluminação que o leitor possa receber da leitura atenta de Efésios, o estimulará a valorizar os alvos mais sublimes que o Senhor estabeleceu para a Sua Igreja. Paulo inicia a sua mensagem com um louvor que se transforma em exultação pelos propósitos de Deus para com seus santos, por meio da obra redentora de Jesus Cristo, o Messias, Filho de Deus,bem como pela ação cotidiana do Espírito Santo na vida dos crentes.O apóstolo faz uma pausa para duas orações (1.15-23 e 3.14-19), e segue ensinando aos seus leitores sobre o que está envolvido na redenção: o livramento total do poder do pecado, a vida regenerada e espiritualmente vitoriosa, o ministério de unidade de todos os santos (separados para o louvor e a adoração de Deus) e a união eterna do crente com Jesus Cristo.Deus, portanto, reconciliou o ser humano consigo num ato da Sua Graça leal e eterna (2.1-10). Reconciliou também entre si esses indivíduos, porquanto Cristo, por meio de sua morte e ressurreição,rompeu todas as barreiras entre todos os povos da terra (2.11-22). E mais ainda, o Senhor uniu todas essas pessoas, agora devidamente reconciliadas, num único corpo: a Igreja de Jesus Cristo, a fim de que a Igreja seja o meio pelo qual Deus demonstra sua “multiforme sabedoria” aos “principados e autoridades nas regiões celestiais” (3.7-13). Portanto, fica evidente – até pela redundância proposital da expressão “nas regiões celestiais”, ao longo do texto do apóstolo – que a vida cristã não se restringe somente ao plano terrestre, mas igualmente tem toda a relevância no céu (lugar celestial),onde Cristo está entronizado à direita de Deus Pai (1.3,20; 2.6; 3.10; 6.12).Contudo, Paulo não nos deixa esquecer da dura realidade que todos os cristãos devem viver durante o tempo de sua peregrinação nesta terra, levando com coragem e galhardia o bom testemunho de Jesus. O Senhor exaltado concedeu “dons” aos membros da Igreja, capacitando-os para cooperar uns com os outros, promovendo a união e crescendo em maturidade espiritual a cada dia(4.1-16). A maravilhosa unidade da Igreja, sob o governo amoroso e supremo de Cristo, prenuncia a universal unificação de “convergir em Cristo tudo quanto existe” (1.10). A nova vida, repleta de pureza, humildade, altruísmo e poder espiritual, entra em flagrante contraste com a velha e moribunda maneira de vaguear sem Cristo pela vida (4.17 – 6.9). Os realmente “fortes no Senhor” conquistam a plena vitória sobre Satanás e suas hostes por meio do poder da oração e da consagração pessoal6.10-20).



Data da primeira publicação


O Povo de Éfeso teve contato com a mensagem da salvação e com o cristianismo por meio do ministério de evangelização realizado pelo casal Aquila e Priscila,quando Paulo teve ali uma breve, mas profícua, estada durante a sua segunda grande viajem missionária (At 18.18-19). A terceira viagem do apóstolo, morou  na  cidade  por  quase  três  anos  época  em  que  a  boa  nova  de Cristos e disseminou porto da aprovíncia romana da sia At 19.10.Éfeso foi a cidade mais importante do oeste da Asia Menor (atual Turquia). Possuía um porto muito desenvolvido e que, naquela época, dava acesso ao rio Caister, o qual desaguava no mar Egeu.Como a cidade, a exemplo de Corinto, fica numa espécie de encruzilhada entre as mais importantes rotas comerciais, logo se tornou um notável centro comercial cosmopolitano. Os efésios tinham orgulho do templo pagão que haviam construído em louvor à deusa romana Diana, chamada pelos gregos de artemis

At 19.23-31. 

Paulo logo percebeu o potencial evangelístico da cidade e acabou fazendo de Éfeso seu centro avançado de evangelização e missões, durante todo o tempo em que esteve ensinando e discipulando naquela cidade. A Igreja logo se enraizou e floresceu ali. Entretanto, mais tarde, com o surgimento de falsos mestres, judaizantes e místicos de muitos lugares, o Espírito Santo precisou adverti-la severamente quanto ao perigo do esfriamento espiritual (Ap 2.1-7). Vários historiadores e biblistas de renome defendem a ideia de que o apóstolo Paulo escreveu efésios na mesma época em que produziu sua epístola aos Colossenses, por volta do ano 60 d.C.,durante o seu aprisionamento em Roma (3.1; 4.1; 6.20).

Esboço geral de Efésios

1-Saudação e louvores ao Senhor pelo Plano da Salvação (1.3-14) 

A. Objetivo maior de Deus para Sua Igreja (1.4-6)

B. A redenção em Jesus Cristo une todos a Deus (1.7-12)

C. O cristão é selado com o Espírito Santo (1.13,14). 

2-Oração para que os cristãos tenham uma vida santa (1.15-23)3. 

3-Em Cristo, todos os crentes do mundo são um só Corpo (2.1 –3.21)

A. Plenamente livres do pecado e da morte (2.1-10)

B. Os gentios compartilham da herança toda (2.11-22)

C. O mistério da união dos santos em Cristo (3.1 13)

D. Oração para que a união seja real na Igreja (3.14-19)

E. Doxologia ao Senhor por Sua Graça infinita (3.20,21). 

4-Encorajamento para que os crentes andem em Cristo (4.1 – 6.9) 

A. Caminhando na unidade do Espírito Santo (4.1-16)

B. Caminhando como regenerados em Cristo (4.17-32)

C. Caminhando no exercício do amor fraternal (5.1-21). 

5-Encorajamento para que os crentes sejam fortes (6.10-17) 

A. Coragem e firmeza contra o Maligno (6.10-13)

B. Perfeitamente capacitados para vencer (6.14-17)

6. A oração é nossa arma mais poderosa (6.18-20) 

A. Saudações finais e bênção apostólica (6.21-24)

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